'As palavras são como os meus passos, cada frase será como uma pedra que deixo atrás de mim para não me perder no regresso.'

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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

destruction

sim. nos últimos dias tem residido na minha cabeça um sentimento de culpa, uma vontade imensa de expulsar a verdade, de relembrar cada momento, cada minuto. tudo pode simplesmente resumir-se a um ódio hidratado que já não deixa cair as lágrimas através do meu rosto; que me proíbe de avançar, prendendo-me no vazio e deixando-me ali caída, suspensa no meio de um tudo que já não significa nada. estava prestes a aperceber-mede qual seria a melhor escolha para mim e é então que decido, assim como que instantaneamente, de uma maneira quase mecânica; acabando por se tornar estúpida e não subtil e ingénua como deveria parecer. escolhi acabar com tudo. terminámos num nada, depois de um tanto! agora, uma mágoa pura reside em mim, este sentimento inacabado esta dor persistente que perdura e nunca vai embora. claro, pareço bem. à alturas em que acabo por me surpreender, pergunto-me como será possível esquecer tudo tão depressa; deixar de pensar, de chorar por algo que continua a valer a pena... se a dor amenizou? se passou tudo? se aceito o facto de me teres roubado o mundo? se me sinto bem? se estou pronta para segui em frente? não, claro que não. apenas guardei tudo, toda a dor, todas as lágrimas e todo o amor que ainda sinto, num cantinho bem junto do meu coração. e se alguém algum dia lá chegar, tudo o que sou se vai perder novamente, num reencontro. não de amor. no reencontro de um olhar, um olhar mais profundo, um olhar que não é nosso. um diferente, transformado, talvez até melhor.

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