'As palavras são como os meus passos, cada frase será como uma pedra que deixo atrás de mim para não me perder no regresso.'
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sábado, 30 de junho de 2012
tears
sexta-feira, 29 de junho de 2012
shadows
está escuro, tenho medo e não gosto de estar sozinha. nunca gostei nem quis estar sozinha.o silêncio intimida-me; faz-me recear o que se esconde para lá das sombras, que vultos serão esses que se dão a conhecer por detrás das formas negras e desaparecem assim que a luz regressa; permanecem no escuro, somente no escuro. medo, ter medo não pode ser bom e hoje apercebi-me que tenho medo, medo de perder uma coisa em particular - existe apenas um desses vultos, uma dessas sombras que não quero que desapareça. apenas uma delas aquece o ambiente enquanto as outras todas o gelam. um desses seres brilha mais que todos os outros, distingue-se e transmite-me segurança. desejo insuportavelmente encaixar-me nele, sentir os seus braços rodearem-me, protegendo-me. já me habituei à sua presença; mesmo quando me olho ao espelho e tudo o que é meu se torna vítreo, trivial, lívido esse ser regressa e aí devolve a serenidade que existe quando se encontra presente, embora seja por pouco tempo. aliás, nenhum tempo é suficiente quando me sinto assim, quando o tenho por perto, quero apenas mais e mais. mas há só uma coisa que resiste ao tempo: as palavras, e mesmo sem elas, com ele, só um olhar basta.
domingo, 10 de junho de 2012
the only one
podia tentar compreender o que se passou, como aconteceu, o quando e o porquê. mas não existem razões para isso. não existe senão um motivo, um único elemento que mudou a minha vida, a tua vida, a nossa. o facto de termos criado uma amizade tão pura, tão genuína que nos uniu tanto. dizeres-me todos os dias que me amavas sem eu puder retribuir era insuportável. nunca tinha imaginado, nem por um só momento que pudesse vir a conhecer alguém que me fizesse sentir amada como tu fazias e isso irritava-me tanto em ti. contudo, no dia em que resolveste dizer 'adeus' e partir, eu percebi que não te voltaria a ver e foi aí que o pânico se misturou dentro de mim, com o desejo selvagem e avassalador de te abraçar, de te implorar que ficasses cá, comigo. havia algo que nos impedia, sempre houve; como se correntes me prendessem e me obrigassem a recuar, como se me trancassem num quarto e não me deixassem mais sair. mas foi em vão, eu resisti. irritava-me tanto o facto de tu seres exatamente aquilo que eu queria que fosses, de me fazeres sentir tão feliz sempre que estava contigo e sabes que admitir isso me custa muito. não queria aceitar que eras exatamente aquilo que eu procurava em alguém, não poderia admitir que te considerava perfeito para mim. mas eu podia viver assim. melhor dor do que sofrimento. e agora esse sofrimento forte e possessivo terminou, agora esse sofrimento deu lugar a uma felicidade constante que sinto sempre que dizes que me amas, agora consegui finalmente perceber que eras tu e que sempre tinhas sido. sim, é verdade; andei cega durante dez meses. mas prometo-te, não vou deixar que me ceguem de novo. não foi fácil, mas tomei essa decisão. uma decisão que não teria conseguido tomar antes. quando te ouvi dizer que ias partir formou-se dentro de mim um instinto que se tornou quase primitivo, onde dizer que te amava significava sobrevivência. não podia aprisionar mais aquilo que sentia ou escondê-lo e finalmente eu disse. é por isso estou aqui contigo. agora. para sempre.
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