'As palavras são como os meus passos, cada frase será como uma pedra que deixo atrás de mim para não me perder no regresso.'
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domingo, 29 de abril de 2012
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sexta-feira, 27 de abril de 2012
sweet dream
-estás linda! - exclamou.
ela apenas ergueu as sobrancelhas e sorriu. parecia constrangida e quando ele lhe pegou na mão e a guiou até à mesa do restaurante que tinha escolhido, ela sentiu um estranho calor invadir-lhe o rosto. era uma jovem pura, inocente, sem nunca ter experienciado a natureza de um primeiro amor. durante o jantar, conversaram sobre música, livros, tudo aquilo que os casais conversam quando estão desesperados por descobrir todos os interesses em comum e em explorá-los a dois. era exatamente isso que ela sentia. naquele momento esqueceu tudo, todas as promessas que fizera de nunca prender o seu coração a um homem, conferindo-lhe o poder de a destroçar. e assim, perdendo-se nas palavras dele e no brilho dos seus olhos, ela apaixonou-se e não se repreendeu por isso; pelo contrário, deixou-se simplesmente levar por aquela maravilhosa, selvagem e quase irreal sensação do seu primeiro amor. ele conseguia partilhar todos os seus sonhos com ela, ela ouvia-o. o que ele queria, por mais insignificante que fosse parecia interessar-lhe. como ela o fascinava. naquele momento resolveu pôr de parte tudo o resto e desfrutou-a simplesmente. levantou-se:
-vamos embora? - perguntou ela.
-não, vamos dançar.-respondeu-lhe ele. o pânico instalou-se nela tão veloz e intensamente, comprimindo-lhe o peito.
- não, eu não posso. eu nunca dancei.
mas ele puxou-a levemente e disse-lhe ao ouvido:
- toda a gente dança. mexe-te, não importa como.
havia regras, ela acreditava fortemente nelas. no certo, no errado e em consequências e não se sentia pronta para as necessidades que ele suscitava nela. nem mesmo ele sabia se estava pronto. o corpo dele começou a mover-se contra o dela, transformando o medo que ela sentia num medo mais profundo mas mais íntimo. alguém a empurrou, fazendo-a cair aos pés dele, curva contra curva, calor contra calor. as suas mãos agarraram os ombros dele; ele tinha os olhos escuros e grandes fixando os dela, os seus lábios estavam entreabertos e a respiração ofegante. no meio de tantos odores ele apenas conseguia distinguir o dela. sentia que naquele instante tinha de a ter, nem que fossem só uns loucos segundos que na sua memória guardaria para a eternidade. levantou-a e puxou-a contra si até ela ficar em bicos de pés, sentiu-a inspirar rapidamente e começar a tremer. ele hesitou, esperou, adiando o momento, o desejo e a expectativa até estarem ambos completamente envolvidos. tocou então levemente com os seus lábios nos dela, suaves e macios. sentiu-se a invadir a boca dela, mas era como se sempre lá tivesse pertencido. ela não o queria largar, os seus braços estavam em redor do pescoço dele, abraçando-o. os seus suspiros eram quentes e suficientemente tímidos para falar em inocência. ele deixou-se levar em sinal de rendição e sentiu até uma estranha vontade de chorar com a descoberta. beijou-a de novo à porta de casa e desapareceu. ela deixou-se ficar ali, encostada à sua porta de madeira fria e austera, com a mão contra o peito sentindo o bater do seu coração acelerado. então era aquela a sensação de estar apaixonada, de ser desejada. deitou-se na cama a relembrar cada momento daquela imensa noite. ela acreditava nas tais regras, mas seriam elas válidas agora, quando ela se encontrava naquele estado que a fascinava e maravilhava a cada instante? saboreou aquela sensação uma vez mais, depois as suas pálpebras fecharam-se e ela adormeceu.
segunda-feira, 23 de abril de 2012
be strong
quinta-feira, 5 de abril de 2012
right
segunda-feira, 2 de abril de 2012
lonely
é. isto são apenas palavras que nunca te direi. segredos guardados só para mim. na verdade é possível que tenha medo de os desvendar; medo da tua opinião. um enorme receio daquilo que irias dizer se soubesses, se visses tudo aquilo que te queria mostrar. é claro que podia apenas ligar-te e dizer-te tudo o que me vai na alma ou pegar no meu telemóvel e enviar-te uma mensagem com tudo isso. mas e se... se quando te ligasse me falhasse a voz e toda a convicção que tinha se perdesse e acabasse então por desligar o telemóvel para não me ouvires chorar pela falta de coragem que tinha tido; se quando terminasse de escrever a mensagem acabasse por não a enviar devido ao receio persistente que me rodeia, o medo da resposta que me darias. tenho-me confrontado todos os dias com a verdade, mas obviamente, ainda me restam dúvidas; dúvidas acerca de ti, de mim, mas sobretudo daquilo que sinto. há dias em que me pergunto 'será verdade ou apenas uma mera ilusão?' mas continuo na expectativa, porque quando lanço a mim mesma estas questões, nunca surgem as respostas. e eu fico assim, impaciente mas solitária, à espera.
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